sábado, agosto 29, 2009

Ipê de Cemitério





ipê amarelo


dentro do cemitério;


-Não se leve


tão a sério .


"Peque-me"


com seu pensar


escuro.


Eu amo


os mortos


que há em


sua cabeça


tão pensante


tão amarela


e seu coração


de amores mortos


vivos


vampiros


que assombram


a mim.


Quando eu


alimentarei


também


as flores


do seu mal?


Invejo quem


que lhe deixa


com esse olhar


triste e belo


olhar amarelo


como um ipê


no cemitério.


.

.

.


obs: essa poesia eu fiz no início da primavera brasileira de 2004. Alguns anos foram sepultados desde então, e por entre a fissura deles surgiram novas flores de ipê...




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