sábado, junho 26, 2010

coisas noturnas




Suave Fada Lunar

passeia na penumbra

do muro do cemitério.

ela viu um gato preto

e o gato, que mistério!

olha para o nada.

E mais adiante o casal namora.

mãos dadas,

namora no muro

caiado,

lugar escuro,

casal calado,

do lado

do gato

da fada

tocando o absurdo

silencioso

A fada passou por eles

-nem notaram.

O gato continuou olhando para o muro

não se importaram.

só se amaram e se amaram

E a noite seguiu seu curso:

silenciosa,

misteriosa

e saborosa;

sabor ermo

como um beijo do sereno

trazido pela fada

como o engraçado do rabo do gato balançando sem sentido

como a calma respeitosa do muro do cemitério
.
.
.





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