domingo, janeiro 28, 2007

silêncio PAVOROSO

dias e dias
tentando superar
tentando esquecer
às vezes eu até rio, imagine?
eu até finjo viver
e aí,
de repente,
ao acaso,
vejo uma pequena coisa
uma frase,
uma lembrança pequenina,
e volto ao inferno
um sofrimento
do tamanho do meu amor
um grito
que ninguém ouve
desespero
um
pavoroso silêncio
e viro novamente
aquele monstro
numa caverna.
.
.
.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

domingo, janeiro 14, 2007

ELEFANTE-ME

elefante-me
qualquer
sagrado
distante
branco
lhe-esmago-me
pés
pesado
pessimista
insista
em ser
intimista
arado
em seu
ressentimento
.
.
.
não adianta,
pedrinhas
não bastam
para impressionar
um elefante branco
e sagrado
e ousado
e coberto
por guirlandas
de flores vermelhas
rosas
laranjas
e de céu
e em sua
testa
pintado
o sinal de Shiva
não tente,
não o tente
ele é sagrado
ele é branco
das cinzas
de sua vida destruída
.
.
.

domingo, janeiro 07, 2007

atrás do muro (a necrônica)

atrás do muro
há lágrimas
há paz
um menino-dragão
vê uma lua verde
vontade de morrer
ali ele pode sentir
não há o que esconder
atrás do muro
do seu muro
e ninguém
sabia: também ele
tinha sentimentos