quarta-feira, dezembro 26, 2007

quinta-feira, dezembro 06, 2007

o c e a n o p a c í f i c o & C a r i b e




Ei, não olhe para trás.
Você que foge e foge
da onda de lágrimas
que tenta lhe atingir
A onda se aproxima
sobre ela o monstro
se ergue,

gigantesco,

insensível,

monstruoso

inesquecível

Horrenda lembrança
insiste em se erguer
da fossa marinha
do esquecimento.
E não se sabe
se foi você que o aprisionou lá
ou foi ele que se jogou suicidamente,
ou lá se escondeu
para melhor lhe atormentar.
O fato é
que quando o oceano está pacífico
ele o transforma
no cabo das tormentas
e as águas passadas, claras e limpas
se turvam como o olho que chora
um mar de desespero
um furacão então assola
sua segurança
algo lhe aperta e então desata
a vela, a lágrima, o horror da lembrança
o trauma que dilacera a esperança
o coração pede para se deixar afogar.
A escuridão do monstro,
e tudo quanto ele lembra,
seu gosto e seu desejo:
você corre, foge como uma criança
e sua vida vira um naufrágio.
.
.
.
Tudo pára e você finalmente se cansa
de tudo isto
Do poder que deu ao monstro
para lhe ferir e lhe fazer sofrer.
O oceano pacífico ficou para trás
oceano do beneplácito da dúvida
você acorda numa praia
do Caribe,
e lá decide ser feliz
como os antigos piratas
que não tinham dono,
nem ideal, nem praia
e nem amor.
.
.
.