quinta-feira, abril 23, 2009

"Noite da Borboleta"

moleque de presa
despreza
o peso
depressa
preso
em leque
uma reza
arquipélago
enlouquece
mas não
esmorece;
Enobrece
o nada ser
ser amado
- em xeque
ou não mate;
dá no mesmo.
É o sol,
pequeno tubarão
devorando tudo
menos sua solidão.
(sem peso, leve,
leve,
leve...
e até livre,
mesmo não sendo
mais
moleque)

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inspirado no livro "Papillon", Henri Charrière.
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quarta-feira, abril 15, 2009

Saia e Faça



Vento negro

tremulando coisas invisíveis

Vento negro

fustiga, açoita, esfria,

coisas invisíveis

se enroscam no corpo.

É difícil seguir adiante

O corpo se dobra com o esforço;

o olho se esforça por fechar.

No escuro já a mão segura

uma tênue chama.

é difícil seguir adiante.

Adentrando o vento negro

que adeja seus longos dedos de fantasma.

E já é difícil levar adiante essa chama fraca.

e já não sei se essa chama

se chama "minha consciência";

ou se o que protejo na palma

é a breve alma de um inferno instantâneo.
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