sexta-feira, maio 30, 2008

quarta-feira, maio 14, 2008

a Hora Azul


a Hora Azul
mundo tomado
por sombras.
A Hora Azul
na capela mórbida;
A Hora Azul:
Embaixo de
sino cinza
badalam
penumbras de poeira
poeira azul
poeira esquecida
poeira de sombras
sobre a pedra fria.
somente a hora é azul
na Hora do dia
em que não há sol.
eu não sei se é às seis.
Mas a Hora Azul
transforma o mundo.
.
.
.
os sinos badalam
as carnes ficam azuis
o sangue esfria
azul nas olheiras
azul nas lágrimas
nada de sol
nada de si
e nem de sombra preta
apenas uma pálida penumbra
um pálido mundo
de onde não há saída.
Nesse mundo nos deitamos
na poeira
e na penumbra,
feito poeira,
feito gente,
feito ninguém;
até alguém nos esquecer.
.
.
.
E dizem que nesse momento
toda a hora é azul.