O que me cansa
O que não me alcança
O que me oprime
O que me basta
O que não curto
O que me arrasa
O que não procuro
O que se arrasta
O que não amo
O que me desgasta
O que não vem
O que não vai
O que se encosta
O que me desgosta
O que se convence
Do que não pertence;
O que eu tenho
É porque não busco
O que se lambuza
Do meu desprezo
E ainda assim me deseja
Sem ensejo, sem destino, só nojo
O que quer que seja
E o que não despeja
pegajoso e frio
frio e calculista
Tudo o que não me atrai
passe reto, passe torto
seja leve, seja breve
sobressai
destroços
ossos ortodoxos
de um ofício morto
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