Veja a fogueira
na curva do caminho escuro
tremendo tal uma bandeira
e iluminando o uivo noturno
do coiote humano.
Ele uiva a canção da liberdade
que tanto lhe fere quanto lhe cura
como a lua, que não é sua
mas sem ela, sua verdade
se desvanece.
A fogueira-gêmea são seus olhos
estão em brasa tamanho é seu ódio
o venderam como a um escravo
como irmãos podem fazer isso?
(seu uivo troveja; alguns pensam
que é um deus com cabeça de chacal)
Por fim, a dor é tão intensa
que ele cai; foi só mais um a tentar
fuga suicídio
Morre-se num mundo de mares e muros imundos
A lua então aparece depois do eclipse
e sua luz fugidia
se derrama sobre o corpo frágil
e nu e inerte
da pobre criança que nada soube
do não-saber
.
.
.
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